Cerca de 45 por cento da eletricidade produzida em Portugal provém de energias renováveis, destaca hoje o jornal The New York Times que enaltece a aposta do Governo português nesta matéria.
"Quase 45 por cento da eletricidade em Portugal deriva de fontes renováveis, um aumento de 17 por cento face aos últimos cinco anos" escreve o jornal norte-americano que dedica hoje três páginas a esta matéria e faz destaque na primeira página.
Cinco anos depois de o Governo português liderado por José Sócrates ter "embarcado em projetos ambiciosos relacionados com as energias renováveis", o The New York Times refere também "que Portugal espera ser o primeiro país a inaugurar uma rede nacional de carregamento de carros elétricos" já em 2011.
"Ouvi todo o tipo de comentários: é um bom sonho, é incomportável, é muito caro", disse a propósito o primeiro ministro, José Sócrates, citado pelo jornal, acrescentando que "a experiência portuguesa mostra que é possível mudar num curto período de tempo".
O jornal menciona que "atualmente, os melhores bares de Lisboa, as fábricas do Porto e os 'resorts' mais 'glamourosos' do Algarve são alimentandos substancialmente por energia limpa".
No entanto, e apesar de a Agência Internacional de Energia ter classificado de "sucesso notável" a transição energética em Portugal, esta refere que "não é ainda claro que os custos financeiros, bem como o impacto no preço final ao consumidor, sejam compreendidos e bem aceites".
"Não imaginam as pressões que sofremos no primeiro ano", disse ao mesmo jornal o antigo ministro da Economia Manuel Pinho, um dos grandes impulsionadores da aposta portuguesa nas energias renováveis: ondas, sol e vento.
Apesar de alguns obstáculos, "as políticas agressivas tomadas pelo Governo português para acelerar o recurso às energias renováveis estão a ser bem sucedidas", escreve o jornal, que cita um estudo sobre energias alternativas da Universidade de Cambridge, Estados Unidos.
De acordo com este último (estudo), estima-se que em 2025 a eletricidade em países como a Irlanda, Dinamarca e Reino Unido seja proveniente de fontes renováveis. Também o Canadá e o Brasil deverão integrar este grupo.