terça-feira, 26 de maio de 2009

A inflação das novidades

A evolução dos ritmos e imperativos de inovação é impressionante. Todos os anos são propostos aos europeus 20 000 novos produtos de grande consumo.
Em 1995, a Sony comercializou qualquer coisa como 5000 novos produtos. Esta febre de renovação conduziu a um forte aumento da procura de denominações, ao ponto de ter originado uma verdadeira inflacção de nomes de marcas: no total, encontram-se hoje registados 90 000 nomes de marcas.
No sector do vestuário, uma marca como a Zara, renova os seus artigos de duas em duas semanas, produzindo aproximadamente 12 000 modelos por ano, diferenciados em função dos países.
As indústrias culturais obedecem à mesma lei "frenética" do novo e do efémero. Não obstante, o elevado nível de concentração das indústrias culturais não devem ocultar outro fenómeno dominante, que tem a ver com a crescente variedade dos produtos e com a redução do tempo do seu ciclo de vida. A economia do hiperconsumo assiste ao alastrar da lógica do mercado, a um capitalismo mediático dominado por uma predilecção pelo descartável.

Gilles Lipovetski


Sem comentários: