sexta-feira, 12 de junho de 2009

Roupas feitas com...beatas de cigarro!!!

Uma designer chilena descobriu como fazer um tecido utilizando as nojentas e numerosas beatas de cigarro que se espalham pelas ruas. Consta que são mais de 4 trilhões de beatas todos os anos a sujar o nosso ambiente. O projeto Mantis, de Alexandra Guerrerro, encontrou uma maneira de misturar o material do filtro com lã natural e fazer um tecido rústico. Antes, claro, limpa o material. Começa com um processo em autoclaves, que purifica as beatas com vapor e temperaturas altas. Depois, é aplicado um solvente. Volta novamente ao autoclave. Seguidamente, as beatas passam pela secagem. Finalmente, são trituradas e misturadas. Segundo a designer, uma pesquisa conduzida por uma ambientalista garantiu que o tecido resultante fica suficientemente purificado para garantir a segurança dos clientes. Até agora, Alexandra produziu um poncho, um bolero, um vestido, um chapéu e até sabão.

Desvio da natureza na produção e comercialização de produtos alimentares

Vamos aos centros comerciais comprar fruta e legumes e o que encontramos são na sua maioria produtos importados, possivelmente do outro lado do planeta, da Nova Zelândia, da Argentina ou do Chile. É assim porque as grandes superfícies preferem comprar em grandes quantidades e produtos com bonito aspecto para comercializar. Para isto são geneticamente manipulados, levam doses maciças de fertilizantes e pesticidas, são apanhados verdes e conservados por longos períodos em atmosferas controladas. Quanto a paladar e qualidade é outra conversa. Por exemplo, no caso das maçãs, a maioria das importadas são muito bonitas e grandes, mas também na sua maioria não têm paladar, não são doces nem amargas, não têm bicho, pouco ou nenhum sumo, numa palavra, o que chamamos “farinhentas”. Metade das que compramos vai para o balde do lixo.
As maçãs nacionais de pequenos produtores, ou das quintas dos nossos amigos, são frutos pequenos, alguns com deformações e uns poucos com picadelas de bicho, mas muito doces e com sabor bem característico, umas um pouco mais ácidas umas e outras um pouco mais adocicadas. Esta fruta não se consegue comprar nos supermercados, muito embora seja fruta boa, de confiança para a saúde, e muito mais barata.
É a globalização no seu pior. Transportar alimentos do outro lado do Mundo, para serem consumidos fora da época de produção normal no local de destino, e conservados artificialmente (quer com químicos, quer gastando doses de electricidade), tem impactes ambientais enormes.
É um erro não utilizar para alimento os recursos da nossa proximidade. É um erro não darmos preferência por comer uvas na época das uvas, cerejas na época das cerejas e laranjas na época das laranjas, comer sardinhas no tempo das sardinhas, etc.:
- Era melhor para a economia do nosso país;
- Era melhor para a nossa saúde;
- Era melhor para os nossos agricultores;
- Era melhor para o ambiente;
- Era mais barato para os consumidores;
- Era melhor para a nossa felicidade intelectual;
- Só era pior para os grandes proprietários de supermercados
e importadores.
Porquê persistir em erros tão grosseiros? Nalguns países já se começa a dar verdadeiro valor aos mercados de rua com produtos locais.
Tem de haver uma profunda reflexão sobra as actuais regras e comportamentos da nossa sociedade.

Prefira produtos locais e nacionais. Seja bom para si mesmo!