terça-feira, 26 de maio de 2009

A inflação das novidades

A evolução dos ritmos e imperativos de inovação é impressionante. Todos os anos são propostos aos europeus 20 000 novos produtos de grande consumo.
Em 1995, a Sony comercializou qualquer coisa como 5000 novos produtos. Esta febre de renovação conduziu a um forte aumento da procura de denominações, ao ponto de ter originado uma verdadeira inflacção de nomes de marcas: no total, encontram-se hoje registados 90 000 nomes de marcas.
No sector do vestuário, uma marca como a Zara, renova os seus artigos de duas em duas semanas, produzindo aproximadamente 12 000 modelos por ano, diferenciados em função dos países.
As indústrias culturais obedecem à mesma lei "frenética" do novo e do efémero. Não obstante, o elevado nível de concentração das indústrias culturais não devem ocultar outro fenómeno dominante, que tem a ver com a crescente variedade dos produtos e com a redução do tempo do seu ciclo de vida. A economia do hiperconsumo assiste ao alastrar da lógica do mercado, a um capitalismo mediático dominado por uma predilecção pelo descartável.

Gilles Lipovetski


Reciclagem de vidro de embalagem

O futuro apresenta-se risonho para a indústria vidreira. Hoje o vidro é visto como um produto de qualidade, com uma importante faceta ecológica, e constitui um dos melhores exemplos de reciclagem eficiente, podendo afirmar-se que é 100% recicável. No caso particular da reciclagem do vidro de embalagem, esta está particularmente avançada no nosso país, devendo, em grande medida, o seu sucesso ao crescente uso do vidrão. Actualmente , as garrafas produzidas em Portugal, são constituídas por 25% a 30% de vidro recuperado. Uma percentagem baixa, se comparada com os 45% a 50% atingidos nalguns paises europeus.

Vantagens do vidro reciclado:

- De mil toneladas de casco (vidro reciclado), obtém-se mil toneladas de vidro novo, o que representa uma poupança de matéria- prima muito significativa. Para produzir mil toneladas de vidro são necessárias mil e duzentas toneladas de matéria-prima.

- A reduçao da temperatura de fusão, e por conseguinte, a poupança de combustível é outra das vantagens. A quantidade de calor necessária para fundir um vidro sódio-cálcio normal de composição seca é de 716 kcal/kg; enquanto para fundir o mesmo quilograma de casco esta se situa nas 430 kcal. Teoricamente, podemos afirmar que um aumento de 10% de casco permite uma poupança até 5% de combustível. Em consequência é possível, não só aumentar o rendimento do forno, como prolongar o tempo de vida útil do mesmo.

- A redução de emissão de gases poluentes (sulfuretos).

- A diminuição do volume de resíduos industriais nos aterros.

- O casco é directamente utilizado na "receita" do vidro, entrando com a percentagem de 25-30%, em média.